Introdução
Em um cenário marcado pelo crescente número de diagnósticos de autismo e pela necessidade de intervenções terapêuticas especializadas – como a terapia ABA –, a garantia do acesso a tratamentos adequados vem se tornando cada vez mais imprescindível para os pacientes e seus familiares.
Contudo, a prática de negativas de cobertura por parte dos planos de saúde tem sido uma realidade que gera insegurança jurídica e prejuízos significativos à qualidade de vida dos beneficiários.
Meu plano de saúde negou terapia ABA, o que fazer? Neste artigo, apresentamos uma análise técnica e objetiva dos principais desafios enfrentados na área, abordando desde as garantias legais até a atuação do Poder Judiciário por meio de liminares. O objetivo é orientar os interessados sobre como assegurar seus direitos e combater práticas abusivas.
Contextualização do autismo e do tratamento
O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento que se caracteriza por dificuldades na comunicação, na interação social e pela presença de comportamentos repetitivos ou restritos.
O diagnóstico precoce é fundamental para a implementação de intervenções terapêuticas que promovam a melhoria das habilidades sociais e cognitivas dos indivíduos.
Entre as abordagens terapêuticas recomendadas, a terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada) tem se destacado por seus resultados na melhoria dos comportamentos e na ampliação da capacidade de aprendizagem dos pacientes.
Mas, apesar de sua eficácia comprovada, muitas pessoas recebem a negativa de cobertura, com o plano de saúde se recusando a custear o tratamento. A justificativa muitas vezes é que determinadas terapias não estariam previstas no rol de cobertura ou que as instituições prestadoras não atenderiam aos critérios da ANS.
O plano de saúde é obrigado a custear a terapia ABA quando houver prescrição médica.
Essa situação tem provocado intensas discussões jurídicas, pois o acesso à saúde é um direito constitucional, e o tratamento do autismo, inclusive com a terapia ABA, deve ser garantido como medida de proteção à dignidade humana.
Negativas de cobertura dos planos de saúde: panorama e desafios
Plano de saúde nega tratamento para autismo é legal? A negativa de cobertura por parte dos planos se manifesta de várias formas: recusa no custeio da terapia ABA, não autorização de procedimentos e, em alguns casos, cancelamento unilateral do contrato.
Essa conduta, muitas vezes arbitrária, impõe desafios aos pacientes e seus familiares, que se veem obrigados a buscar medidas judiciais.
Além disso, a ausência de CNES não pode justificar negativa de reembolso – prática comum que também vem sendo derrubada nos tribunais.
A jurisprudência é favorável ao tratamento do autismo. Os tribunais têm reconhecido o direito dos autistas ao tratamento adequado, ainda que não conste no rol da ANS.
Garantias legais e direitos dos pacientes
A Constituição Federal consagra a saúde como um direito de todos e dever do Estado. Os planos privados devem respeitar esse princípio.
Direito do autista à terapia ABA: a legislação e as resoluções da ANS determinam que não se pode limitar tratamentos essenciais, como a ABA. A negativa é considerada abusiva.
Inclusive, como entrar com ação contra plano de saúde que negou tratamento para autismo é uma das medidas mais recomendadas. Com prescrição médica, é possível garantir judicialmente a cobertura.
Cancelamento unilateral e negativa de reembolso por falta de CNES
Plano de saúde pode cancelar contrato de criança autista? Não. Cancelamento unilateral sem justa causa é ilegal e passível de reversão judicial.
O mesmo vale para negativa de reembolso fundamentada na ausência de CNES. A ANS entende que o CNES não é obrigatório para o reembolso de tratamentos particulares com prescrição médica.
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O que é uma liminar e quanto tempo ela leva?
A liminar é uma decisão provisória concedida pelo juiz, geralmente em caráter de urgência, para garantir o direito do paciente antes do julgamento final da ação. Quando o plano de saúde nega o tratamento, a liminar pode ser usada para obrigar a cobertura imediata da terapia ABA, por exemplo.
Em quanto tempo sai uma liminar? Em casos urgentes e bem documentados, o juiz pode conceder a liminar em 24 a 72 horas após o ajuizamento da ação. Por isso, é fundamental apresentar:
- Relatório médico com indicação detalhada da necessidade do tratamento;
- Negativa formal do plano de saúde;
- Comprovante de pagamento do plano;
- Documentos pessoais do beneficiário e do contratante.
Importância do suporte jurídico especializado
Diante de tantas práticas abusivas, como conseguir liminar para plano de saúde custear ABA? Com o apoio de um advogado especializado em Direito da Saúde.
Esse profissional saberá como preparar uma ação judicial com todos os documentos e argumentos necessários para garantir o início imediato da terapia.
A negativa de cobertura pode ser revertida com liminar. Esse é o caminho mais rápido e seguro para assegurar o direito do paciente ao tratamento.
Garantias legais do paciente com autismo devem ser respeitadas.
Em resumo, o enfrentamento das negativas exige conhecimento técnico-jurídico e sensibilidade às necessidades dos pacientes.
A recomendação é documentar todas as negativas e buscar orientação especializada. Assim, é possível evitar prejuízos maiores e garantir o tratamento adequado.
Agende uma consulta com o Freitas & Trigueiro Advocacia e receba uma análise personalizada do seu caso. Nossa equipe é especialista em planos e está pronta para te ajudar a fazer valer seus direitos.
FAQ – Plano de Saúde e Tratamento do Autismo
O plano de saúde pode negar a terapia ABA?
Não. A terapia ABA é indicada por médicos e possui eficácia comprovada. A negativa é considerada abusiva e pode ser revertida judicialmente.
Posso entrar com liminar se o plano negar tratamento para autismo?
Sim. É possível entrar com ação judicial com pedido de liminar para garantir o início imediato da terapia.
O plano pode se recusar a reembolsar por falta de CNES?
Não. A ANS já declarou que o CNES não é obrigatório para reembolso em casos de atendimento particular.
O plano pode cancelar o contrato do meu filho autista?
Não. O cancelamento unilateral sem justa causa é ilegal e pode ser revertido.
Preciso de advogado para garantir esse direito?
Sim. Um advogado especializado em Direito da Saúde pode entrar com a ação correta e garantir que seu filho receba o tratamento necessário.