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GOLIMUMABE (SIMPONI®): Como Garantir a Cobertura Pelo Plano de Saúde ou SUS

GOLIMUMABE (SIMPONI®): Como Garantir a Cobertura Pelo Plano de Saúde ou SUS

Introdução

Muitos pacientes enfrentam o desafio diário de acordar com rigidez nas articulações. Frequentemente, sentem-se incapazes de realizar atividades comuns, como, por exemplo, vestir-se ou preparar o café da manhã. Além disso, experimentam debilidade ao menor esforço físico e passam por desconfortos constantes devido aos movimentos limitados.

Infelizmente, quadros de ansiedade e depressão também podem surgir em decorrência das dores e dificuldades impostas pela artrite reumatoide (AR). Essa descrição reflete a rotina de inúmeros pacientes que sofrem com essa doença autoimune crônica. A AR afeta primordialmente as articulações, causando nelas inflamação, dor e, por vezes, deformidade.

Conforme podemos perceber, os danos resultantes da artrite reumatoide afetam enormemente o cotidiano e a qualidade de vida dos pacientes. Contudo, apesar de não existir cura definitiva, a doença possui tratamento eficaz. Esse tratamento pode, de fato, prevenir danos maiores e preservar a integridade e a funcionalidade articular, sobretudo antes que o quadro sintomático avance mais.

No entanto, se você recebeu o diagnóstico de artrite reumatoide e se identificou com as situações descritas, provavelmente está enfrentando também uma batalha financeira. Conseguir acesso aos medicamentos de alto custo que podem minimizar essa condição representa, muitas vezes, um obstáculo significativo.

A boa notícia, felizmente, é que existem caminhos legais para obter os medicamentos necessários. Tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto os planos de saúde podem ser obrigados a fornecer o tratamento. Neste contexto, medicamentos imunobiológicos como o Golimumabe (Simponi®) destacam-se como ferramentas terapêuticas cruciais.

Neste artigo, portanto, explicaremos detalhadamente o que é o Golimumabe, como ele funciona, por que sua cobertura configura um direito do paciente e como você pode agir para obtê-lo, inclusive por meio de uma liminar judicial.

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Entendendo as Doenças Tratadas Pelo Golimumabe

O Golimumabe demonstra eficácia no tratamento de diversas doenças inflamatórias de natureza autoimune. Compreender brevemente essas condições ajuda, certamente, a contextualizar a importância vital do tratamento:

  • Artrite Reumatoide (AR): Trata-se de uma doença crônica que causa inflamação, dor, inchaço e rigidez nas articulações, afetando principalmente mãos, punhos e pés. Se não controlada adequadamente, pode levar à destruição articular progressiva e à incapacidade funcional.
  • Artrite Psoriásica (APs): Esta condição combina a inflamação das articulações (por vezes semelhante à AR) com as lesões de pele características da psoríase.
  • Espondilite Anquilosante (EA): Causa inflamação predominantemente na coluna vertebral e nas articulações sacroilíacas (na base da coluna). Isso resulta em dor lombar crônica de caráter inflamatório, rigidez progressiva e, em casos avançados, pode levar à fusão das vértebras (a chamada “coluna em bambu”).
  • Espondiloartrite Axial não Radiográfica (axSpA nr): Apresenta sintomas muito semelhantes aos da EA (dor lombar inflamatória, rigidez), porém sem as alterações radiográficas típicas da EA já estabelecida. Ainda assim, causa dor e limitação funcional significativas.
  • Retocolite Ulcerativa (RCU): É uma doença inflamatória que afeta especificamente o revestimento interno do intestino grosso (cólon e reto). Ela causa sintomas como diarreia persistente (frequentemente com sangue), dor abdominal e urgência para evacuar.

Para todas essas condições complexas, o controle eficaz da inflamação subjacente representa a chave para aliviar os sintomas, prevenir danos permanentes aos órgãos e tecidos afetados e, fundamentalmente, melhorar a qualidade de vida do paciente.

Golimumabe (Simponi®): Um Inibidor de TNF-alfa Totalmente Humano

O Golimumabe, que as farmacêuticas comercializam no Brasil sob o nome Simponi®, é um medicamento imunobiológico de última geração. Tecnicamente, os especialistas o classificam como um anticorpo monoclonal totalmente humano.

Os cientistas o desenvolveram através de sofisticadas técnicas de engenharia genética, de modo que sua estrutura proteica seja idêntica à de um anticorpo produzido pelo próprio corpo humano. Essa característica de ser “totalmente humano”, em teoria, visa reduzir o potencial de o organismo do paciente desenvolver uma resposta imunológica contra o próprio medicamento (fenômeno conhecido como imunogenicidade). Tal reação poderia ocorrer com maior frequência com imunobiológicos mais antigos, que continham componentes de origem animal (por exemplo, murinos, ou seja, de camundongos).

Como o Golimumabe Funciona?

O Golimumabe pertence a uma classe terapêutica específica: os inibidores do fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa). Como mencionado, o TNF-alfa é uma citocina (proteína sinalizadora) crucial no sistema imunológico. Em condições normais, ele participa da defesa do corpo. Contudo, em doenças autoimunes, sua produção excessiva orquestra e perpetua a inflamação crônica que caracteriza essas enfermidades.

Assim, o Golimumabe age de maneira altamente específica. Ele se liga com precisão ao TNF-alfa (tanto à forma solúvel que circula no sangue quanto à forma que está ligada à membrana das células) e o neutraliza. Ao fazer isso, o medicamento impede que o TNF-alfa se conecte aos seus receptores celulares e, consequentemente, bloqueia a ativação da cascata inflamatória que ele normalmente desencadearia.

Como resultado direto dessa ação direcionada, o Golimumabe reduz significativamente a inflamação nas articulações, na pele ou no intestino, dependendo da doença específica em tratamento.

Histórico de Aprovação

As pesquisas que culminaram no desenvolvimento do Golimumabe iniciaram no começo dos anos 2000. Posteriormente, em 2009, o medicamento recebeu aprovação do FDA (Food and Drug Administration), a agência reguladora de saúde dos Estados Unidos. Inicialmente, aprovaram-no para tratar artrite reumatoide, artrite psoriásica e espondilite anquilosante.

Desde então, com a confirmação de sua eficácia e segurança, sua aprovação se expandiu para outras condições e diversos países, inclusive no Brasil, onde a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o aprovou.

Principais Indicações e Benefícios do Golimumabe

Indicações Aprovadas

Conforme a bula aprovada pela ANVISA e as diretrizes terapêuticas atuais, os médicos indicam o Golimumabe (Simponi®) para tratar as seguintes condições:

  • Artrite Reumatoide (ativa, moderada a grave)
  • Artrite Psoriásica (ativa)
  • Espondilite Anquilosante (ativa)
  • Espondiloartrite Axial não Radiográfica (ativa, com sinais objetivos de inflamação)
  • Retocolite Ulcerativa (moderada a grave)
  • Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) – forma poliarticular e relacionada à entesite (em pacientes pediátricos)

Geralmente, os especialistas prescrevem o Golimumabe quando os tratamentos convencionais (como anti-inflamatórios não esteroidais, corticosteroides ou medicamentos modificadores do curso da doença sintéticos – MMCDs sintéticos, como metotrexato ou leflunomida) falharam em controlar adequadamente a doença ou quando o paciente apresentou intolerância a essas terapias prévias.

Benefícios Esperados do Tratamento

O uso do Golimumabe pode trazer melhorias clínicas significativas para os pacientes, por exemplo:

  • Redução da Inflamação e Dor: Controle eficaz da dor articular, do inchaço (edema) e da rigidez matinal, ou alívio dos sintomas gastrointestinais na Retocolite Ulcerativa.
  • Melhora da Função Física: Aumento da mobilidade articular, diminuição da limitação funcional e maior capacidade para realizar atividades diárias que antes eram difíceis ou impossíveis.
  • Prevenção da Progressão da Doença: Ajuda a retardar ou, em alguns casos, impedir a progressão de danos estruturais permanentes, como erosões ósseas nas articulações ou fusão vertebral na coluna.
  • Melhora da Qualidade de Vida: Impacto positivo substancial no bem-estar geral do paciente, incluindo melhora do sono, redução da fadiga e melhora da saúde emocional.
  • Redução do Uso de Outros Medicamentos: Frequentemente, permite a diminuição ou mesmo a suspensão do uso crônico de corticosteroides e analgésicos, reduzindo a carga de efeitos colaterais associados a essas medicações.

Segurança do Golimumabe: Efeitos Colaterais e Precauções

Apesar de sua eficácia, o Golimumabe, por ser um imunobiológico que modula o sistema imunológico, apresenta potenciais efeitos colaterais. É essencial conhecer esses riscos e monitorá-los junto ao médico.

Efeitos Colaterais Mais Comuns:

  • Infecções do Trato Respiratório Superior: Ocorrências como resfriados, sinusites e bronquites são relativamente comuns durante o tratamento.
  • Reações no Local da Injeção: Alguns pacientes podem apresentar vermelhidão, coceira, dor ou inchaço no local da aplicação subcutânea. Geralmente, essas reações são leves.
  • Outros: Dores de cabeça, tonturas, náuseas ou fadiga também podem ser relatadas por alguns pacientes.

Riscos Raros, Porém Graves (Exigem Atenção Médica Imediata):

  • Infecções Graves: Devido à modulação do sistema imune, existe um risco aumentado, embora não frequente, de desenvolver infecções mais sérias. Isso inclui a reativação de tuberculose latente (por isso a triagem é obrigatória antes de iniciar), pneumonias, infecções fúngicas invasivas ou outras infecções oportunistas. Sinais de alerta importantes incluem febre persistente, suores noturnos intensos, tosse prolongada, falta de ar significativa ou perda de peso inexplicada. O paciente deve procurar o médico imediatamente se apresentar esses sintomas.
  • Reações Autoimunes Paradoxais: Embora trate doenças autoimunes, raramente, o Golimumabe pode desencadear outros fenômenos autoimunes, como uma síndrome semelhante ao lúpus (lúpus induzido por droga), surgimento ou piora de lesões de psoríase, ou, muito raramente, doenças desmielinizantes que afetam o sistema nervoso.
  • Agravamento de Insuficiência Cardíaca: Pacientes com insuficiência cardíaca congestiva preexistente devem usar o medicamento com cautela e monitoramento rigoroso.
  • Reações Alérgicas Graves: Anafilaxia (reação alérgica grave e rápida) é rara, mas representa uma emergência médica.
  • Alterações Hematológicas: Diminuição na contagem de células sanguíneas (glóbulos brancos, vermelhos ou plaquetas) pode ocorrer em casos raros.
  • Hepatite Autoimune: Inflamação do fígado causada pelo próprio sistema imunológico também já foi raramente associada ao uso de inibidores de TNF-alfa.

Portanto, reiteramos que o acompanhamento médico rigoroso e regular é absolutamente fundamental durante todo o tratamento com Golimumabe. Somente dessa forma é possível monitorar a segurança, identificar precocemente e manejar adequadamente quaisquer potenciais efeitos adversos.

Cuidados Essenciais Antes de Iniciar o Tratamento

Antes que o paciente inicie a terapia com Golimumabe (Simponi®), o médico responsável deve, obrigatoriamente, realizar uma avaliação completa e cuidadosa. Essa avaliação pré-tratamento visa, primordialmente, garantir a segurança e a adequação da terapia. Tipicamente, ela inclui:

  • Avaliação Clínica Completa: Coleta detalhada do histórico médico do paciente, exame físico minucioso para avaliar a atividade da doença e identificar possíveis comorbidades ou fatores de risco.
  • Exames Laboratoriais Basais: Solicitação de exames de sangue de rotina, como hemograma completo, avaliação da função dos rins (ureia, creatinina) e do fígado (TGO, TGP, bilirrubinas), além de marcadores inflamatórios (PCR, VHS).
  • Triagem Obrigatória para Infecções Latentes: Considera-se etapa essencial e indispensável investigar a presença de tuberculose latente. Isso se faz através do teste PPD (tuberculínico) ou do exame de sangue IGRA, complementados por um Raio-X de tórax. Além disso, realiza-se a sorologia para hepatites virais crônicas (B e C) e para o HIV. Essa triagem é crucial porque o Golimumabe pode reativar essas infecções preexistentes e silenciosas.
  • Revisão e Atualização do Calendário Vacinal: O médico deve verificar se o esquema de vacinação do paciente está completo e atualizado para sua idade. É fundamental reforçar que pacientes em uso (ou com início iminente) de imunobiológicos como o Golimumabe NÃO DEVEM receber vacinas que contenham vírus vivos atenuados (por exemplo: febre amarela, tríplice viral, varicela, BCG, poliomielite oral). Idealmente, o paciente deve receber todas as vacinas necessárias antes de iniciar o tratamento com Simponi®.

Como o Paciente Recebe o Golimumabe (Simponi®)?

O Golimumabe (Simponi®) é administrado exclusivamente por via subcutânea. Ou seja, o paciente o recebe através de uma injeção aplicada sob a pele. A frequência usual de administração é mensal (uma vez a cada 4 semanas).

Essa via de administração oferece a grande conveniência da autoadministração em casa (ou por um cuidador treinado), após o devido treinamento fornecido pela equipe de saúde. Isso evita deslocamentos frequentes a clínicas ou hospitais e proporciona maior conforto e flexibilidade ao paciente. Os dispositivos de aplicação (canetas ou seringas preenchidas) são projetados para facilitar o uso domiciliar.

Quanto Custa o Tratamento com Golimumabe?

O Golimumabe classifica-se como um medicamento de alto custo. O preço por dose (seringa ou caneta aplicadora) varia significativamente no mercado brasileiro, geralmente situando-se na faixa entre R$ 8.000,00 e R$ 12.000,00. Evidentemente, esses valores tornam o tratamento inacessível para a vasta maioria dos pacientes que dependem exclusivamente de recursos próprios. Isso sublinha a importância crucial de obter a cobertura pelo plano de saúde ou pelo SUS.

Golimumabe Pelo Plano de Saúde: Cobertura é Obrigatória?

Sim. Existe uma forte base legal para afirmar que a cobertura do Golimumabe (Simponi®) pelo plano de saúde é um direito do paciente, quando há indicação médica adequada. A obrigação de cobertura se fundamenta em critérios legais sólidos e na jurisprudência:

  • Registro na ANVISA: O medicamento possui registro válido na ANVISA, cumprindo, assim, o requisito primário estabelecido pela Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98) para cobertura obrigatória.
  • Prescrição Médica: A indicação terapêutica deve partir do médico especialista que acompanha o paciente, detalhando a necessidade do fármaco.
  • Comprovação Científica: A eficácia e segurança do Golimumabe para as doenças reumatológicas e inflamatórias intestinais indicadas são amplamente comprovadas por estudos científicos internacionais e diretrizes de sociedades médicas.
  • Inclusão no Rol da ANS (para várias indicações): O Golimumabe consta expressamente no Rol da ANS para o tratamento de diversas condições importantes, como Artrite Reumatoide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante e Retocolite Ulcerativa. Essa inclusão reforça, inequivocamente, a obrigatoriedade da cobertura, ao menos para os casos que se enquadram nas Diretrizes de Utilização (DUTs) publicadas pela própria ANS.

E se Meu Caso Não Cumprir Exatamente a DUT da ANS?

Mesmo que a sua situação clínica não se encaixe perfeitamente nos critérios detalhados nas DUTs da ANS para Artrite Reumatoide (ou outra condição), ainda assim é possível, e muitas vezes necessário, buscar a cobertura. Lembre-se dos seguintes pontos legais:

  • O Rol da ANS é exemplificativo, representando o mínimo obrigatório, não um teto de cobertura.
  • A Lei 14.454/2022 permite expressamente superar o Rol e suas diretrizes quando a recomendação médica possui fundamentação em evidência científica robusta.
  • A indicação médica é soberana: O médico que acompanha o paciente, conhecendo suas particularidades, é quem define o tratamento mais adequado. O plano de saúde não pode substituir essa decisão técnica por critérios administrativos restritivos.

Portanto, uma negativa de cobertura baseada unicamente no não cumprimento estrito de uma DUT, quando confrontada com um relatório médico forte e bem justificado, é considerada abusiva e tem grandes chances de ser revertida na Justiça.

O Que Fazer se o Plano de Saúde Negar o Golimumabe?

Se a operadora negou a cobertura do Golimumabe, não aceite a recusa passivamente. Siga estes passos essenciais para defender seu direito:

  1. Solicite a Negativa POR ESCRITO: Este é o primeiro passo fundamental. Exija que a operadora formalize a recusa por escrito (via e-mail, carta ou protocolo online), detalhando claramente os motivos alegados. Esse documento é prova crucial. Caso o plano dificulte ou se recuse a fornecer a negativa formal, registre essa tentativa (anote datas, protocolos, nomes) e comunique imediatamente ao seu advogado.
  2. Obtenha um EXCELENTE Relatório Médico: Peça ao seu médico especialista (reumatologista, gastroenterologista, etc.) um relatório o mais detalhado, completo e fundamentado possível. Este documento é a espinha dorsal da sua argumentação. Ele deve conter:
    • Diagnóstico preciso com CID.
    • Histórico detalhado da doença e dos tratamentos já realizados (quais foram, por quanto tempo, motivo da falha ou intolerância).
    • Justificativa inequívoca para a indicação do Golimumabe como a melhor opção terapêutica para o seu caso específico naquele momento.
    • Descrição da urgência do tratamento e dos riscos (progressão da doença, danos irreversíveis, perda de função) caso o medicamento não seja iniciado ou continuado.
    • Se possível, menção a evidências científicas ou diretrizes que suportam a indicação.
  3. Reúna a Documentação Completa: Além do relatório médico e da negativa escrita, organize seus documentos pessoais (RG, CPF, comprovante de residência), a carteirinha do plano de saúde e os últimos comprovantes de pagamento das mensalidades (se seu plano for individual ou familiar). Laudos de exames recentes também são importantes.
  4. Procure um Advogado Especialista: Consulte sem demora um advogado que seja especializado em Direito à Saúde e que tenha experiência comprovada em ações contra planos de saúde para fornecimento de medicamentos de alto custo, especialmente imunobiológicos.

A Liminar: Conseguindo o Golimumabe Rapidamente na Justiça

A ação judicial é, frequentemente, o caminho mais eficaz, principalmente porque possibilita ao advogado solicitar um pedido de liminar (tutela de urgência) ao juiz.

O que é? Trata-se de uma decisão judicial provisória, porém com força imediata, que o juiz concede logo no início do processo, antes mesmo de analisar profundamente todos os argumentos de defesa do plano de saúde.

Objetivo: Visa garantir o acesso imediato ao tratamento com Golimumabe, reconhecendo que a demora inerente ao trâmite normal do processo poderia causar danos graves e irreparáveis à saúde do paciente.

Como funciona? O advogado apresenta ao juiz toda a documentação reunida, com destaque para o relatório médico detalhado e a negativa do plano. Ele argumenta a probabilidade do direito do paciente à cobertura (baseado na lei, na jurisprudência, no registro ANVISA) e o perigo concreto da demora (risco de progressão da doença, dor, incapacidade).

Rapidez da Decisão: Se a urgência e o direito estiverem bem demonstrados, o juiz pode analisar e conceder a liminar em pouquíssimos dias (frequentemente em 48 a 72 horas) após o protocolo da ação.

Resultado Prático: Com a liminar deferida, o plano de saúde recebe uma ordem judicial para fornecer o Golimumabe imediatamente (geralmente em prazo curtíssimo, como 24 ou 48 horas), sob pena de multa diária elevada em caso de descumprimento. Dessa forma, o paciente inicia ou continua seu tratamento sem mais delongas, enquanto o processo judicial segue seu curso para uma decisão final.

Acesso ao Golimumabe Pelo SUS

O Golimumabe também integra a lista de medicamentos fornecidos pelo SUS para algumas de suas indicações aprovadas (como Artrite Reumatoide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante e Retocolite Ulcerativa). O fornecimento ocorre através do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (popularmente conhecido como Farmácia de Alto Custo).

Contudo, o acesso pelo SUS exige o cumprimento de critérios específicos. Esses critérios estão definidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs) do Ministério da Saúde para cada doença. Além disso, mesmo que o paciente cumpra os critérios do PCDT, pode enfrentar burocracia e demora no fornecimento.

Caso haja negativa do SUS (por não cumprimento do PCDT ou por outra razão administrativa), ou se a indicação do seu médico for para uma condição ainda não coberta por um PCDT específico, é possível ingressar com ação judicial contra o SUS (União, Estado ou Município). Nesse caso, será necessário cumprir os requisitos estabelecidos pelo STJ no Tema 106:

  • Relatório Médico Detalhado: Comprovar a imprescindibilidade do Golimumabe e atestar a ineficácia ou impossibilidade de uso dos fármacos já fornecidos pelo SUS para aquela condição.
  • Comprovação de Incapacidade Financeira: Demonstrar que o paciente não possui condições financeiras para arcar com o alto custo do medicamento.
  • Registro do Medicamento na ANVISA: Requisito cumprido pelo Golimumabe.

Processar o Plano de Saúde ou o SUS?

Se você possui plano de saúde, via de regra, é preferível e mais rápido ingressar com a ação judicial contra a operadora. O cumprimento de ordens judiciais, especialmente liminares, pelos planos de saúde tende a ser mais ágil e regular do que pelo sistema público. No entanto, se o SUS é sua única opção, a ação judicial contra o ente público é o caminho adequado.

Ação Judicial é “Causa Ganha”?

Reiteramos a importância da cautela: nenhum advogado sério pode prometer “causa ganha”. Entretanto, no caso específico do Golimumabe, a combinação de fatores como o registro na ANVISA, a inclusão no Rol da ANS para várias indicações, a vasta jurisprudência favorável e a clareza da Lei 14.454/22 torna as chances de sucesso na ação judicial muito altas. Isso vale especialmente para a obtenção da liminar, desde que, claro, a indicação médica esteja bem fundamentada e o processo seja conduzido por um profissional experiente.

A Importância do Advogado Especialista

Contratar um advogado especialista em Direito à Saúde é um passo crucial. Esse profissional possui:

  • Conhecimento Técnico Específico: Domínio da legislação de saúde (Lei 9.656/98, CDC, Lei 14.454/22), das normas da ANS (Rol, DUTs) e da jurisprudência dos tribunais sobre medicamentos de alto custo e imunobiológicos.
  • Experiência Prática: Habilidade em lidar com as defesas e táticas das operadoras e do poder público.
  • Foco em Liminares: Agilidade e conhecimento técnico para elaborar pedidos de tutela de urgência eficazes.
  • Orientação Estratégica: Capacidade de analisar o caso concreto, orientar sobre a documentação e definir a melhor estratégia processual.

A expertise do advogado pode ser o fator decisivo para garantir seu direito de forma rápida e eficiente.

Conclusão: Seu Direito ao Tratamento com Golimumabe

Conviver com artrite reumatoide ou outra doença autoimune já impõe desafios suficientes. Negar ou dificultar o acesso a um tratamento comprovadamente eficaz como o Golimumabe (Simponi®) adiciona um fardo injusto e agrava o sofrimento do paciente.

Felizmente, a lei e a Justiça brasileira oferecem mecanismos robustos para proteger o seu direito à saúde. Lembre-se: a cobertura do Golimumabe, quando devidamente prescrito por seu médico e registrado na ANVISA, é obrigatória na maioria das situações, seja pelo plano de saúde ou, cumpridos os requisitos, pelo SUS.

Negativas baseadas em custo ou em interpretações restritivas das DUTs são, tipicamente, abusivas.

Portanto, se você recebeu uma negativa:

  • Exija a justificativa formal por escrito.
  • Providencie um relatório médico detalhado, que não deixe dúvidas sobre a necessidade do tratamento.
  • Consulte um advogado especialista em Direito à Saúde sem demora.

Através de uma ação judicial bem fundamentada, com um pedido de liminar, é plenamente possível garantir o acesso rápido e contínuo ao Golimumabe. Isso permitirá que você controle sua doença, alivie seus sintomas e preserve sua qualidade de vida.

Fale agora com o Freitas e Trigueiro e entenda como garantir seus direitos por meio de uma equipe especializada e pronta para oferecer o melhor suporte jurídico.

Perguntas Frequentes (FAQ) – Golimumabe (Simponi®)

1. Quais são os efeitos colaterais mais comuns do Golimumabe?

Os efeitos mais frequentes incluem infecções respiratórias superiores (como resfriados), reações no local da injeção (vermelhidão, dor, coceira), dor de cabeça, náuseas e fadiga. É fundamental relatar qualquer efeito ao médico.

2. Como o Golimumabe é administrado?

A administração ocorre por via subcutânea (injeção sob a pele), geralmente uma vez a cada 4 semanas, podendo ser autoaplicado em casa após treinamento.

3. Quanto tempo leva para o Golimumabe fazer efeito?

O início da resposta varia. Contudo, muitos pacientes começam a notar melhora dos sintomas inflamatórios em algumas semanas após o início das aplicações.

4. Quais precauções devo tomar antes de iniciar o tratamento com Golimumabe?

Informe seu médico sobre todas as suas condições de saúde preexistentes, alergias e medicamentos que utiliza. Além disso, realize todos os exames solicitados, especialmente a triagem para tuberculose latente e outras infecções. Mantenha suas vacinas atualizadas (evitando as de vírus vivo).

5. Posso usar Golimumabe durante a gravidez ou amamentação?

Essa decisão exige uma avaliação de risco-benefício individualizada. Portanto, converse abertamente com seu médico especialista e obstetra para tomar a melhor decisão para você e seu bebê.

6. Devo parar o Golimumabe se tiver uma infecção?

Sim, se desenvolver uma infecção, principalmente se for grave (com febre, por exemplo), comunique seu médico imediatamente. Muito provavelmente, ele orientará a interrupção temporária do Golimumabe até que a infecção esteja completamente tratada.

7. Em quanto tempo a liminar pode liberar o Golimumabe negado?

A decisão em caráter liminar pode ser muito rápida, ocorrendo frequentemente em prazos de 48 a 72 horas após o advogado ingressar com a ação, determinando o fornecimento imediato.

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